Crianças Más da ficção


Oi gente! 

Como sabemos o Papai Noel avalia o comportamento das crianças, se forem boazinhas recebem  que pediram em sua cartinha, se forem malvadinhas não ganham presente como castigo pelo mau comportamento.

Pensando nisso surgiu esse post com os personagens "malvadinhos" da ficção, aqueles que não vão ganhar presente do Papai Noel nesse natal, porque tiveram mau comportamento.

Para a lista eu fiz um top 5 de personagens malvados que, se eu fosse o Papai Noel, não daria presente.


Crianças Más da ficção

Começando a lista temos o Rei do Inferno, esse menino que quando jovem sentiu tanta rejeição de sua mamãe que uma vez até tentou tocar ele por 3 porcos, quando na verdade ele valia pelo menos 5! Crowley cresceu amargurado e se tornou um menino muito mau e depois de tantas coisas realmente desprezíveis vai ficar sem presente (de novo).

Crianças Más da ficção

Em segundo lugar temos um Hobbbit! Smeagol, se corrompeu por causa do anel e desde então foi um menino muito malvado enquanto tentava proteger seu precioso. Ele fez muita coisa ruim, como matar seu melhor amigo, e tentar dar o Frodo e o Sam de comida para aquela prima da Aragogue. Pois bem, por seus atos nada bondosos Smeagol ganhou segundo lugar no meu top 5.

Crianças Más da ficção

É com pesar no meu coração (porque eu o amo muito) que coloco o Lestat nesse ranking, mas convenhamos ele é um vampiro malvado e totalmente desprovido de caráter. Lestat faz o que quer, é um espírito livre, mas... ele faz muitas coisas ruins não é mesmo? Só criar a Cláudia já deu passe livre pra estar na lista dos malvadinhos pela eternidade.

Crianças Más da ficção

Cersei Lannister está na lista negra do Papai Noel porque já fez muita coisa condenável como mandar uma galera do elenco pelos ares naquela cena épica do fogo vivo, ela é mais que má, é um gênio do crime, então lógico que ela deveria estar por aqui!

Crianças Más da Ficção

Esse é um menino mesmo e não é bem um menino mau, mas ele fez umas cacas bem lindas não é? Edmundo é aquele cara que a gente deveria pegar e dar uma surra pra aprender a deixar de ser babaca! Eu tenho uma bronca extrema dele, apesar de ter se redimido depois ele ainda merece estar na lista sim porque o que ele fez não tem perdão!

Bônus!

Crianças Más da Ficção

Sim!!!!! Eu coloquei um personagem bônus! E ele é o meu anti-herói preferido, é engraçado sarcástico, mas merece ir pra lista dos malvadinhos gente. Deadpool é mega violento, fala palavão pra caramba, tem um humor negro que a cada frase o coloca cada vez mais na lista Vip do Crowley. Então como bônus ele está aqui também.

Bom gente é isso, espero que tenham gostado da lista de malvadinhos, lógico que existem vários outros personagens que mereciam estar aqui, mas eu quis fazer um top 5 para não ficar tão cansativo.

É isso aí gente! Deixem nos comentários quem são os personagens que deveriam estar na  sua lista dos malvadinhos!
A armadilha de Rogdarin



Reza uma lenda antiga, que diz que os espíritos retornam ao mundo dos vivos na madrugada de todos os santos, neste dia as almas andam livres do véu que separa o natural do etéreo. Naquele ano Louise havia se preparado, ela conhecia as lendas e esperava ansiosa ver o levante dos mortos, o que ela não sabia era de Rogdarin, um espírito mau que viveu há séculos e vinha ao mundo naquela noite em busca de crentes para levar almas dos vivos ao mundo etéreo. 

Rogdarin em vida foi um poderoso bruxo, suas magias eram evocações malignas cheias de dor e sofrimento, quando enfim foi morto por clérigos da santa igreja, jurou voltar sempre na madrugada dos mortos e levar sempre um tributo.

Aquele ano foi o mais memorável, Louise andava pelas ruas com seu vestido negro em busca de almas verdadeiras imersas no mar de rostos vivos, encontrou inúmeros, mas nenhum aparentemente era real até se deparar com o homem loiro de olhos azuis encostado displicentemente em um muro. Algo nele lhe chamou a atenção, ele possuía um enigma no olhar e o meio sorriso era como um convite. Quando a viu ele se desencostou do muro, era alto e bonito, por algum motivo escuso, Louise se lembrou de Dorian Gray, do livro de Oscar Wilde lido na adolescência, ele cheirava pecado, mas sua beleza era tão tentadora que não conseguia se conter, sorriu para ele e ele lhe sorriu em resposta.

- Perdida senhorita? - disse com o timbre de voz mais belo que Louise já ouvira.

- Não, apenas passeando. - respondeu.

Ele lhe estendeu um braço e ela de bom grado aceitou, saíram juntos pela noite praticamente em silêncio, ela estava enfeitiçada, como se houvesse algo naquele homem do qual não pudesse fugir, sentia-se como se toda a sua vida tivesse esperado por ele, como se ele por vezes tivesse lhe chamado e agora ela podia vê-lo próximo e apreciar sua companhia, como se um sonho pudesse ser real, caminharam longamente pela noite, trocaram poucas palavras, mas era como se se conhecessem há muito.

Enfim a noite estava chegando ao fim, as primeiras nuances no céu começavam a propor que o sol se movia para enfim chegar. Ele a olhou longamente e ela sorriu, ele tocou seus cabelos e ela fechou os olhos para sentir melhor o toque.

- Cara, gostaria de vir comigo? - Ele perguntou, naquele timbre avassalador.

- Claro... -  Ela disse sem ao menos se dar conta.

- Então venha. - ele segurou sua mão e ala se deixou conduzir ainda de olhos fechados. 

Quando os abriu o lugar onde estavam já não mais existia, mas uma terra árida e cinzenta, o céu nada mais era que uma mancha escura como fumaça indissipável, Louise ficou horrorizada, o homem a sua frente nada mudara, ainda era lindo e charmoso, mas seu sorriso agora adquirira um tom cruel.

- Eu não entendo. - conseguiu balbuciar.

- Meu nome cara, é Rogdarin, em vida fui um dos maiores bruxos que já existiu e cada ano nesta mesma noite eu vou ao mundo dos vivos arrecadar um tributo, séculos se passaram e já possuo muitos, mas ainda muitos faltam, no dia em que completar minha coleção, poderia irromper deste lugar miserável e finalmente me reerguer, tentar contra a descendência daqueles que me puniram e infringir na terra o domínio do meu senhor. Sinta-se honrada cara, pois você nada mais foi, que uma de minhas aquisições.

Louise chorou e gritou, mas os outros ali aprisionados há muito já haviam desisto da dor, eram como seres vazios andando a esmo em um lugar desolado. A tristeza se abateu, jamais veria sua família de novo, iam se preocupar sem saber o que havia ocorrido, a tristeza e a desolação tomou conta dela. De tudo tentou para sair, mas nada deu certo e lá permaneceu com sua dor.

Naquela manhã uma grande aglomeração estava presente em frente a um muro uma jovem fora encontrada morta em um vestido negro, com a chegada dos pais finalmente puderam identificá-la seu nome era Louise Charmelier e havia morrido de causas completamente desconhecidas. Nunca se soube o que houve e Louise nunca mais pôde rever os vivos, nem mesmo na noite em que o véu se desfaz pois a magia de Rogdarin não assim lhes permitia.


Esta é a continuação do conto Som de Violino publicado anteriormente, recomendo a leitura para melhor ambientação.


Eles estavam sentados no sofá da sala, ela não conseguia largar a foto, não conseguia parar de olhar, como era possível?

- Amor, preciso que confie em mim e me permita dizer tudo antes de fazer qualquer pergunta, tudo bem? - disse Charlie e ela concordou com a cabeça. - Esse casal na foto somos nós, quer dizer, sou eu, ela é que não é você. - Ela o olhou espantada, com a interrogação estampada no expressão. - O nome dela era Helena, e a menininha era nossa filha Julie, tinha 5 anos. - ele fez uma pausa.

- Helena... - disse ela, o nome lhe pareceu estranho, como se há muito não ouvisse ele. Fechou os olhos e uma cena inteira se formou, como um trecho de um filme antigo. 

Ela estava de pé na porta de casa, Julie estava sentada no gramado embaixo de um salgueiro, ela tinha uma boneca de pano loira e sorridente, a criança olhou para a mãe, acenou e sorriu. Ela era linda com os cabelos ondulados de um castanho claro brilhante, olhos castanhos como os do pai, doce e educada, uma criança maravilhosa, a mãe acenou em resposta e, por alguns segundos, sentiu um aperto no peito, como se algo de muito ruim estivesse vagando no ar.

A cena durou poucos segundos, mas foi o suficiente para fazer seus olhos se encherem de lágrimas.

- O que está acontecendo comigo? - disse enquanto as lágrimas desciam quentes pelo rosto.

- Você está se lembrando. - respondeu ele.

- De quê? - ela parecia irritada e confusa.

- De sua vida. - ele a olhou de forma grave. - Deixe-me contar a história. - ela concordou.

- Eu nasci no século XVIII meu nome é Charlie Grogan. Quando eu tinha 25 anos eu conheci uma moça, ela era a mulher mais linda que eu já vi, seu nome era Helena Folks, ela tinha 21 anos, foi amor a primeira vista. Comecei a cortejá-la no verão, firmamos compromisso, no outono daquele ano eu pedi sua mão e marcamos a data para a primavera. Tudo era perfeito, eramos felizes, tínhamos nossa casa próxima a floresta, da nossa janela conseguíamos ver as montanhas e lá no alto o castelo do duque, um homem estranho e recluso. Após um ano de casados tivemos nossa pequena Julie. Helena era costureira e eu era balconista em um mercado da vila, tudo ia bem, mas quando Julie estava com 5 anos as vendas caíram e fui demitido, uma praga se apossou da cidade, não surgiam mais pedidos e Helena também não tinha mais trabalho, resolvi então subir as montanhas e conversar com o duque. Ele me ofereceu um emprego, mas disse que eu precisaria passar um tempo com ele no castelo. Tive que deixar minhas mulheres sozinhas. Lá aconteceram coisas terríveis, ele me usou para as mais estranhas experiências, usou de métodos obscuros, foram cirurgias e rituais das mais diversas culturas, por fim eu estava morto, mas não estava, um dia eu fugi, desci as montanhas e bati na porta de minha casa, Helena me atendeu, conversamos muito, ela me fez várias perguntas e eu respondi todas elas, eu parecia bem, mas eu sabia que não estava. Ela me disse que estava grávida, que havia descoberto assim que eu fui embora, isso já tinha 3 meses, ficamos muito felizes, em comemoração toquei violino para ela naquela noite, dormimos abraçados. O som da porta batendo ao vento nos despertou, percebemos que algo estava errado.  Helena verificou o quarto de Julie e ela havia sumido, saímos para a noite a procura dela, o lugar parecia um deserto, as casas estavam vazias, nos separamos para procurar nossa filha, então eu ouvi os gritos de Helena, estava caída no chão curvada sobre o ventre e tinha sangue manchando o vestido. Tudo que ouvi foi o rosnado dele, enquanto ela morria em meus braços, implorei que me ajudasse e ele me disse que não ajudaria um traidor. Quando ela morreu eu gritei e chorei enquanto ele ria compulsivamente, encontrei minha filha naquela noite, degolada e jogada na floresta de forma displicente, naquela noite prometi que o mataria, viajei pelo mundo e estudei para entender o que ele me tinha feito, descobri que ele usava além de ciência e anatomia, artes das trevas para me manter vivo, eu era um tipo grotesco de zumbi, um morto vivo. Nada pode me matar, talvez possa, mas como sou um emaranhado de partes e rituais, não há como saber o que sou. Vaguei por anos, sozinho, até encontrar você... - ele a olhou com ternura. - Você é igual a ela, sempre pensei se não teria alguma ligação e agora sei que você tem o espírito dela, que de alguma forma a minha amada Helena voltou pra mim. - fez uma pausa para verificar a expressão incrédula dela. - Eu te amo Olivia.

Ela o olhava incrédula, era uma história absurda, em pleno século XXI! Ele era um homem normal, perfeito, carinhoso, educado, como poderia ser assim tão velho?

- Amor, por favor, diga alguma coisa. - ele parecia péssimo.

- O que eu poderia dizer? Eu não consigo digerir isso! Que coisa absurda, você é um, seja lá o que for, se é que isso é verdade, se é que não está alucinando e precisa de um psiquiatra. Eu... não sei o que pensar! - Ela estava gritando, viu a expressão de tormento no rosto dele e parou de falar.

As emoções estavam misturadas, era uma história insana, mas ela viu o lugar, sentiu a dor, provavelmente o aborto do bebê que estava esperando, viu a filha e o duque rindo, como um rosnado, como se ele magicamente a houvesse matado, tudo que ele contou, parecia real, mas não podia ser. Ela escondeu o rosto com as mãos e chorou copiosamente, sentiu ele se aproximar e afagar seus cabelos, era isso que amava nele, seu carinho, a maneira de sempre conseguir ampará-la.

Nos braços dele adormeceu. 

Acordou em um lugar estranho, um quarto pequeno, sem janelas, as paredes acolchoadas uma porta grossa, chamou por socorro e um homem a espiou pela grade na pequena janela que havia na porta, não lhe disse nada, apenas saiu, minutos depois voltou com um homem, ele usava jaleco e falava suavemente.

- Venha comigo, por favor. - disse e ela o seguiu confusa.

O corredor por onde passava tinha várias portas e dentro pessoas com comportamentos estranhos. Eles viraram a esquerda no fim do corredor até chegarem a uma porta larga, parecia um consultório e ficou se perguntando se estava em um hospital.

- Sente-se por gentileza. - disse o homem de jaleco e ela obedeceu. - Eu sou o doutor Reed, sabe por que está aqui? - perguntou ele a observando atentamente.

- Não sei nem onde estou... - respondeu confusa.

- Entendo. - disse ele. - Deixe-me contar a você então. - ele se ajeitou na cadeira e entrelaçou os dedos como se fosse rezar, ela reparou nesse gesto, como se fosse muito familiar, mas não conseguia recordar o motivo.

- Olívia, você está aqui porque está tendo um transtorno dissociativo de identidade. - ele fez uma pausa para avaliar a expressão dela. - Lembra-se do que houve? - perguntou.

- Claro que sim, lembro que estava em casa com meu marido, Charlie, ele... ele... estava me contando uma coisa importante. - ela tentava se lembrar dos detalhes, mas eles pareciam estar se apagando rápido como em um sonho.

- Olívia, você veio para cá porque pensa ser outra pessoa, teve um lapso sério e feriu pessoas importantes, por isso veio para cá. - disse o Dr. Reed.

- Feri? Está louco? Eu... Eu estava em casa com meu marido, ele me contou uma história antiga e eu adormeci e acordei aqui! Que lugar é este? - sua voz soava esganiçada pelo desespero.

- Olívia, preste atenção, este lugar é um hospital psiquiátrico, você está aqui há 18 meses, você tem repetidas alucinações, imagina ser a reencarnação de uma mulher chamada Helena, que viveu no século XVIII, que seu marido sofreu modificações e é um ser estranho, que sua filha de 5 anos Julie foi morta por um duque e que teve um aborto espontâneo e morreu, você acredita que seu marido é um homem de mais de três séculos e que ele lhe contou esta história. Você conta essa história repetidas vezes, desde que chegou aqui, em geral vive essas lembranças em sua cabeça, mas nada disso é real, é apenas um transtorno dissociativo de personalidade, você alucina uma história, mas há poucos momentos de lucidez em que se lembra, daqui, de quem é... - ele parou observando o rosto dela, branco como cera, com a boca entreaberta. - tem dias em que se lembra do que fez.

- O que eu fiz? - perguntou num fio de voz, mas não ouviu a resposta.

Ela estava de pé na porta de casa, Julie estava sentada no gramado embaixo de um salgueiro, ela tinha uma boneca de pano loira e sorridente, a criança olhou para a mãe, acenou e sorriu. Ela era linda com os cabelos ondulados de um castanho claro brilhante, olhos castanhos como os do pai, doce e educada, uma criança maravilhosa, a mãe acenou em resposta e, por alguns segundos, sentiu um aperto no peito, como se algo de muito ruim estivesse vagando no ar. 

A cena mudou, chovia e o salgueiro estava com manchas de sangue, a boneca de pano jazia jogada como um trapo, sujo de lama e sangue, o vestido de Olívia estava manchado de sangue também.

- Olívia? O que... - a frase ficou presa na gargante dele ao ver a cena bizarra, a filha estava jogada no chão, degolada, nas mãos de Olívia estava a faca com a qual a matou, o sangue estava espalhado por todo lado enquanto ele ouvia a a risada rosnada da esposa.

- Toque Charlie, quero ouvir o som do violino, toque pra mim. - disse Olívia entre as risadas enquanto ele chorava.



A respiração ofegante devido a corrida permeava seus ouvidos. Estava em um lugar escuro, parecia afastado, via casas, mas elas pareciam todas abandonadas, havia uma montanha que se destacava majestosamente na paisagem e em seu topo havia um castelo feito de pedra, era noite fechada, não havia nenhuma fonte de luz, de repente, avistou uma luz acesa no castelo, bem no alto da montanha, foi de relance, logo se apagou, foi tão rápido que ela achou que poderia ser apenas uma ilusão de sua visão turvada pela noite.O som, era suave e melodioso, uma música leve e compassada, ela ouvia os acordes de um violino ao longe, a música a acalmou, por alguns instantes pensou que não deveria temer nada, a música foi se tornando mais alta como se o violinista estivesse se aproximando, ouviu som de folhas sendo pisoteadas atras de si enquanto o som da música se aproximava junto com ele.

O vento começou a soprar forte, Olivia o vento disse seu nome e seu corpo inteiro se arrepiou, o som do violino estava chegando, ela se virou e viu a silhueta do violinista, era um homem alto, parou de tocar e ficou imóvel na escuridão, não podia ver o rosto dele, de alguma forma ele parecia familiar, mas não se lembrava de onde o conhecia.

De repente as perguntas começaram a se formar em sua cabeça, como tinha chegado ali, que lugar era aquele, deu um passo na direção do homem, ele então se virou e saiu a passos largos, ela correu para alcançá-lo, mas ele havia sumido, ficou perdida na noite sozinha, tentou gritar, mas ninguém a ouviu, estava em um deserto, não sabia que direção seguir, ouviu um som suave de passos se aproximando, olhou na direção do som e viu uma criança, parecia uma menininha, com os cabelos esvoaçando a brisa, Olivia o vento chamou seu nome novamente, parecia uma voz agourenta, mais uma vez se arrepiou, estendeu a mão na direção da menina e ela deu um passo atras, o que estava acontecendo? A criança sumiu. 

Repentinamente uma dor horrível surgiu em seu ventre, ela curvou-se de dor e gritou por socorro, a voz saiu trêmula de medo e dor, mas ninguém apareceu, gritou novamente, a dor era como se a estivesses esfaqueando sua barriga repetidas vezes, a dor era quase insuportável, começou a sentir-se fraca, percebeu que ia desmaiar, mas uma nova figura negra havia surgido, era outro homem, um homem mais gordo, um pouco mais baixo, emitia um som que parecia um rosnado, então percebeu que era a risada dele, estava rindo dela, da dor que estava sentindo. 

Ela começou a chorar, enquanto a dor se tornava cada vez mais intensa e aos poucos ia enfraquecendo, quando seus joelhos tocaram o chão, de alguma forma sabia que ia morrer, a consciência começou a abandoá-la aos poucos e quando caiu para a frente com a última estocada de dor...

- Não! Nãooooo! Não!!!! - ela acordou gritando debilmente, rouca e desesperada, sabia que estava chorando, parecia completamente histérica, se debatia na cama chorando e gritando. 

Seus pulsos foram segurados firmemente.

- Olivia, acalme-se! Ei, calma. - a voz dele a trouxe volta ao quarto e ela parou de se debater e gritar. - Isso mesmo, shiiii, está tudo bem. - ele a abraçou, ela encostou o rosto em seu ombro largo e chorou, ele afagava seus cabelos e a balançava como uma criança enquanto ela soluçava, aos poucos foi se acalmando mais, o choro se tornou menos intenso, então se desvencilhou do abraço.

- Preciso de água. - disse ela baixinho.

- Busco para você. - ele respondeu.

- Não! - disse alarmada. - Eu vou com você até a cozinha, não quero ficar sozinha. - disse soando menos desesperada, então saíram os dois do quarto, rumo a cozinha. Ele pegou um copo de água e entregou a ela, que estava sentada na mesa da cozinha.

- Teve um pesadelo? - perguntou ele.

- Sim, um muito estranho. - respondeu.

- Quer me contar?

Ela contou a ele, achou que ele pareceria incrédulo ou surpreso, mas a expressão dele não mudou, ela terminou sua água, eles foram para a cama se deitaram abraçados e ela adormeceu e não teve mais nenhum sonho ruim naquela noite.

Quando acordou, ele não estava na cama, se levantou e saiu do quarto, sentiu o cheiro gostoso de café fresco e de pão torrado, foi até a cozinha e encontrou ele preparando a mesa para ambos.

- Bom dia. - Disse ele beijando-a 

- Bom dia - respondeu ela.

- Já ia acordar você para o café.

Ela sorriu, parecia gostoso.

Eles tomaram café tranquilamente, conversando como todas as manhãs, mas algo parecia diferente.

- Olivia, como se sente? Teve um pesadelo esta noite, conseguiu dormir melhor depois?

- Consegui sim.

Ele parecia preocupado com algo.

- O que foi Charlie? 

- Não é nada amor. - disse ele.

- Parece incomodado com alguma coisa, me conte o que é.

- Já disse que não é nada.

- Não parece ser nada Charlie. - disse um pouco zangada.

- Não se preocupe, está tudo bem.

Ela decidiu parar de perguntar, se fosse importante ele falaria. O dia passou tranquilamente, era um sábado ensolarado, ela aproveitou para dar atenção a alguns afazeres domésticos. De repente pensou em ir dar uma organizada no sótão, havia muito tempo que não ia até lá. Pensou em se livrar de algumas coisas, haviam tantas delas que jamais voltariam a usar. Começou a abrir as caixas, e verificar os conteúdos, fotos antigas, quadros, objetos de decoração, coisas há muito tempo quebradas, passou horas nisso. Então viu uma caixa em um canto, sabia que era de Charlie, abriu e começou a examinar o conteúdo, haviam alguns documentos antigos, pensou de deveriam ser registros da família dele, depois perguntaria o que era e porque ele guardava aqueles documentos. Continuou olhando, até que uma coisa lhe chamou a atenção, uma foto antiga, amarelada e descascada nas bordas, ela examinou a foto, parecia um lugar familiar, quando a compreensão chegou até ela o pavor foi instantâneo, um grito saiu de sua garganta sem que pudesse conter, em segundos Charlie entrava no sótão correndo. Quando a viu ajoelhada no chão com a foto nas mãos, foi como se tivesse sido golpeado fortemente. A expressão dela era de medo e incredulidade, a imagem mostrava um casal e uma criança, uma menina, mas as coisas mais assustadoras na foto eram o casal e a montanha que aparecia atras deles, a montanha era a mesma de seu sonho, com o castelo no topo e a mesma luz que ela viu acesa na janela, o casal era uma versão antiga e desbotada dela e de Charlie.

- Ok Olivia, precisamos conversar. - disse ele.


Oi pra você!

Hoje eu nem ia postar nada aqui no blog, porque a minha internet não estava passando bem e tinha decidido não funcionar, amas... ela está de volta, passando por alguns momentos de mal estar, mas funciona. Sendo assim, resolvi que faria algo que não faço há muuuuuuito tempo que é o meu Desafio Fotográfico. 

Só para contextualizar, esse desafio nada mais é que pegar uma imagem e escrever o que ela representa para mim, geralmente peço para alguém me mandar uma imagem, mas hoje eu entrei no Pexels que é meu site preferido da vida para imagens free e escolhi esta simpática raposinha para o desafio. Ah! Caso queira escolher uma imagem para mim, basta entrar no Pexels e mandar o link para mim e farei o desafio com a imagem que você escolher. 

Agora... Vamos logo ao que interessa! O Texto né?




Cada coisa tem dois lados...


Existem inúmeras culturas que tem a raposa como um animal ambivalente, ou seja, que possui aspectos de sentidos opostos. Eu entendo isso como a essência do ser humano. Se olharmos bem, vamos ver que somos ambivalentes, que temos valores opostos, que somos uma mistura de bem e mal, de alegrias e tristezas, de vida e morte. Somos cíclicos, somos mutáveis e sempre inconstantes, por mais rotineiros que sejamos e vida sempre irá acontecer de forma diferente, dia após dia. Vamos confiar e desconfiar de pessoas, amar e odiar outras e vamos mudar os nossos valores e certezas ao longo desse caminho chamado vida.

Acho que a coisa mais bonita dos seres humanos é essa capacidade de se transformar, de aprender e evoluir.

As raposas são animais muito inteligentes e me representam algo doce e selvagem, são criaturas lindas, delicadas, possuem um olhar lúcido, como se conseguissem ver a alma dentro dos seres, mas são livres e selvagens, são seres que não podem ser presos ou segregados e quando domesticados é puramente porque a raposa decidiu confiar na pessoa, porque elas só aceitam um mestre se ele conquistar sua lealdade.

Em algumas culturas a raposa é símbolo feminino e isso é também fácil de entender, porque elas são curvilíneas, delicadas, tem uma pelagem avermelhada que remete ao fogo interior da mulher, são sagazes e selvagens, elas realmente possuem um toque feminino, aquele lado que enfeitiça e faz de nós, mulheres, misteriosas. Acho essa analogia muito bonita, porque o espírito feminino é assim.

Por fim, quero apenas dizer o que as raposas representam para mim.

Elas são maravilhosas, são livres, inteligentes e tem esse tom misterioso que eu amo. Quando eu vejo uma raposa eu tenho a sensação que ela é a encarnação de alguém, elas tem um olhar tão humano, que, a meu ver que se parecem com algumas pessoas que vemos na rua. Acho elas muito interessantes e amo ler sobre toda a simbologia por volta delas, porque fazem menção a coisas que realmente fazem sentido pra mim.

Acredito que o universo é perfeito e lindo e cada ser que habita nele tem um propósito, gosto de olhar o mundo e tentar ver além daquilo que é obvio, gosto de explorar analogias, de extravasar teorias e tentar buscar um sentido para coisas relativamente simples, como as raposas.

Bom gente, espero que o texto tenha soado coerente e, de alguma forma, inspirador. Amo fazer esse tipo de desafio e pretendo fazer mais no futuro porque eles me obrigam a tirar as teias de aranha da minha criatividade e tentar ir além do obvio quando olho pra uma imagem.

Esse texto foi o que a imagem me inspirou, como disse, aceito desafios, só peço que seja do Pexels ou de algum site free porque as imagens tem mais qualidade e eu posso referenciá-las aqui.

Até a próxima \o/




Inglaterra 1758

Nicoly Lewis tinha 19 anos quando seu pai anunciou que se casaria com o filho de um conde da França. Ela não tinha a menor ideia de quem era o tal rapaz, só sabia seu nome Murdock Chevalier, de uma fina linhagem francesa cuja qual sua família fazia negócios há duas gerações. 

Para comemorar o noivado de sua prima, que por acaso também se casaria com um francês de família abastada, houve um baile de máscaras na casa de verão da família Lewis. O baile era uma tradição que precedia todos os mais tradicionais casamentos da Inglaterra, eram conhecidos por sua fartura e alegria porque celebrava o amor jovem.

Nicoly ainda não aceitava os casamentos arranjados pois, como toda jovem, queria encontrar o amor verdadeiro e ser feliz, mas seu pai era seu tutor até que completasse a maior idade, aos 21 anos, e ela não tinha escolha. Entrou no quarto da prima pouco antes do baile e a encontrou chorando, o que a deixou ainda mais triste e revoltada porque em breve, seria ela na mesma situação.

O baile começou e com ele, todo o glamour das festas europeias mais finas da época. 

Passadas algumas danças, dentre elas a primeira valsa do casal de noivos, Nicoly foi tirada para dançar por um rapaz bonito, cabelo castanho olhos acinzentados e modos de um verdadeiro lorde, dançaram juntos mais algumas músicas e Nicoly já estava encantada com ele, conversaram um pouco enquanto ele bebia uma taça de vinho, era bastante inteligente e simpático, realmente era uma pena que precisasse se casar em breve, se pudesse escolher gostaria de conhecer mais aquele homem interessante e culto. O baile terminou e com ele ficou o grandioso vazio de ter provado do interesse por outro homem sabendo que estava prometida a outro.


Acordou cedo naquela manhã para se preparar para o baile, desta vez porém, o baile era em comemoração ao seu noivado com o Sr. Murdock Chevalier, o baile de máscaras, seu vestido era todo feito da renda mais cara da Inglaterra, estava realmente bonita, mas por dentro se sentia desanimada, era tudo tão lindo a decoração do salão, a comida de primeira qualidade, infelizmente era como estar na festa de outra pessoa, olhando a vida por uma janela. 

A hora havia chegado, estava pronta para aceitar o seu destino, todos com máscara, quando seu noivo se aproximou, não olhou para ele, sentia vontade de chorar, ele tirou a máscara, mas quando ouviu sua voz pedindo para que retirasse sua foi que percebeu. O homem que dançara com ela no baile de noivado de sua prima era Murdock, seu noivo e futuro marido, o homem com quem sonhou repetidas vezes era justamente aquele com quem passaria o resto de sua vida. 

O sorriso que deu ao se dirigir com ele para a valsa era sincero, o casamento era arranjado, mas sabia de todo coração com aquela dança que seria feliz.


Eis o segredo do sucesso!

Disciplina é a engrenagem que faz todo o mecanismo chamado vida rodar, é nele que depositamos tudo, determinação, criatividade, organização, fé e todas as coisas que nos impulsionam, essas coisas, tendem a funcionar bem melhor, com uma boa dose de disciplina.

Disciplina, nada mais é que o controle que você tem sobre algo, disciplinar suas ações, seu tempo, sua vida e as coisas que estão ao seu redor, é uma maneira de controlar, de estar a par das coisas e poder tirar o melhor proveito, conseguir os melhores resultados. 

De que adiantaria, um escritor ter uma ideia para um bom livro, se não tem disciplina para escrevê-lo? Ou de que adiantaria, uma ideia inovadora, se o autor não tivesse disciplina para transformar essa ideia em algo real?

Disciplina tem a ver com ação, como dominar os conhecimentos, como quando você está na escola e precisa estudar várias disciplinas.

Tem a ver com seguir algo, com constância, com dedicação e foco, pessoas indisciplinadas podem alcançar seus objetos, podem ter sucesso em seus empreendimentos, mas, talvez, se optassem por serem mais disciplinados, conseguissem alcançar tudo isso mais rápido, de forma mais simples, por ter um plano a seguir, um roteiro.

Lógico que disciplina por si só, não é nada, como tudo na vida, precisamos de várias coisas distintas, precisamos de um conjunto de qualidades, a disciplina serve apenas como o elo, que fará tudo funcionar melhor.

É necessário parar de fazer por fazer, é preciso fazer com um foco, é como estar caminhando em uma direção, quando você sabe onde deve ir, escolherá o melhor caminho, mas se não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.

Então, trace suas metas, determine seus objetivos e seja disciplinado para seguir em frente, se seguir essa receita a probabilidade de chegar onde quer é muito maior!


Oi pra você!

A resenha de hoje é de um livro pouco conhecido, porém uma excelente opção de leitura.

O Pintor de Memórias, é um livro que já começa cheio de mistérios. A trama se passa em torno de Bryan, um excêntrico pintor que tem suas obras primas inspiradas em sonhos perturbadores que tem, ele pinta os quadros em uma espécie de transe, em meio aos sonhos em que é diversos personagens históricos de diferentes épocas e culturas.

O estranho dom lhe traz ainda alguns benefícios, como habilidades repentinas e fluência em outros idiomas. Entretanto, essa estranha condição, faz ele ser um homem recluso, como os sonhos são frequentes e podem leva-lo a inconsciência sem nenhum aviso prévio, ele prefere diminuir o convívio social.

Tudo muda quando conhece Lins, uma jovem cientista que, incrivelmente, reconhece uma de suas pinturas, como um sonho recorrente em sua infância. Assim, ela e Bryan começam, pouco a pouco, a desvendar os mistérios por detrás dos sonhos e se deparam com uma complexa rede de memórias, que ultrapassam vidas e remontam a mais de 10 mil anos antes de Cristo.

O livro é sensacional, eu comecei a ler completamente despretensiosamente, achei o título interessante (raramente leio sinopses) e comecei a ler achando que seria um livro "OK", mas me enganei, o livro me despertou emoções diversas, além de muita adrenalina na fase final. Os mistérios vão se desenrolando e no caminho, você tem uma rica quantidade de nuances, vê personagens conhecidos, outros nem tanto, mas observa costumes, épocas, culturas e fica admirando o trabalho bem feito, que a autora fez para ambientar o leitor.

A narrativa é fluida, o livro tem um ritmo muito bom, já observamos muita coisa acontecendo logo no começo, e as explicações caminham junto com a trama, ou seja, não rolam aqueles capítulos introdutórios, tudo vai sendo lançado na mesa conforme vai acontecendo e você sente que está descobrindo tudo em tempo real, com os personagens. Apenas a nível comparativo, eu diria que lembra muito a escrita de Dan Brown, tanto no, "vamos correr e descobrir no caminho", quanto no quesito, "google isso e verá que é verdade", confesso que não pesquisei todas as figuras históricas mencionadas, mas as que pesquisei realmente existiram e a história conhecida é fielmente contada no livro, acho isso incrível, se fosse só isso já me ganharia.

Além do belíssimo trabalho, ainda temos um forte mistério e alguém motivado a destruir Bryan, esse personagem aparece em suas memórias e é uma ameaça iminente para o desfecho da trama, é muito interessante, você fica caçando o vilão nas páginas, tentando descobrir quem é, e quando descobre fica de boca aberta.

A reflexão do livro também é bem profunda, ele aborda o Karma e o entrelaçamento de destinos, mostrando, vida após vida, que tudo é um ciclo e que esse ciclo precisa ser quebrado, para que o propósito seja cumprido. Conforme os personagens começam a reconhecer pessoas de suas vidas passadas no presente, as ligações afetivas vão se confundindo. Como boa chorona, verti algumas lágrimas com os encontros, filhos, pais, irmãos, amigos, cada pessoa que ia surgindo e as lembranças de quem foram nas vidas passadas são muito fortes e te fazem questionar, mesmo que por instantes e apenas de maneira especulativa, se as pessoas que nos cercam e que tanto amamos, são na realidade pessoas do nosso passado, que voltam a nos encontrar no decorrer das vidas. Acho que mesmo quem não crê em reencarnação pode se sentir um pouco curioso, pois o livro não aborda a situação de modo espiritual e doutrinado, mas sim de modo científico e filosófico. Partindo do princípio de que nossas mentes e consciências não são tangíveis, será possível que nossas memórias, sejam energias que atravessam o tempo e perduram? O livro trouxe algumas questões muito legais e eu acho que todo tipo de questionamento é enriquecedor, então, para quem gosta de novas possibilidades e perspectivas diferentes, é um livro para viajar nos mistérios da memória e da consciência, como estamos acostumados.

Recomendo o livro por inúmeros motivos, ele é interessante, tem doses para todos os gostos, mistério, ciência, crenças, memória, destino e laços fortes entre pessoas. Acredito, que é um livro que deve agradar muitos tipos de leitores, por essa mistura. A construção do livro é bem feita, a ordem das coisas é bem pensada, os personagens são incríveis, multifacetados e complexos e a narrativa é instigante.

Sendo assim, só tenho a dizer que, na minha opinião, é um livro que vale a pena, leia e aproveite a experiência, só não esqueça de nos contar o que achou.

Por hoje é isso gente, até a próxima!