Laila e Willy

Laila e Willy

Willy tinha 25 anos, vinha de uma família nobre da cidade onde morava, foi criado com todas as regalias possíveis tinha tudo e nunca precisou se esforçar para comprar sequer uma bala. O famoso playboy, tinha um belo carro financiado pelo pai um apartamento na esquina da universidade onde fazia medicina, era o 4° curso que ele experimentava pois nunca se habituava, neste por acaso estava indo bem, tinha tudo pra se tornar um bom médico, queria ser cirurgião plástico e era um rapaz empenhado apesar de seu curso ser pago integralmente pelo pai. Frequentava as melhores festas, tinha os amigos mais influentes, dava suas próprias festas quando bem entendia, tinha várias garotas aos seus pés, mas no final das contas ele só tinha olhos para uma em especial...

Laila era bolsista na faculdade de medicina, ia para as aulas de ônibus, trabalhava de secretária numa clínica médica, ganhava um salário tosco que não rendia nem para os materiais da faculdade. As vezes antes de dormir chorava sozinha, sua mãe falecera quando era criança e seu pai era alcoólatra desde então, seus irmãos sustentavam a casa e a ajudavam no que era preciso para ela ir bem nos estudo, era a única garota dentre os outros 4 irmão Mauricio, Elton, Luis e Felipe e a caçula também. Tinha uma vida bastante sofrida, mas seus irmão ajudavam no que podiam. Seu pai era um homem moribundo sempre bêbado, nunca bateu nos filhos, mas vivia sempre depressivo, os irmãos de Laila diziam que antes da mãe morrer ele era alegre e bondoso, mas isso fora há muitos anos e Laila não se lembrava mais dessa época.

Willy tentava chamar a atenção de Laila de todas as formas que lhe vinha a mente, comprava presentes caros, que ela aceitara por educação apenas. Laila via em Willy coisas que a incomodavam profundamente, ele achava que o dinheiro podia comprar qualquer coisa, que era a solução para todos os problemas, andava desfilando com o seu carro caro e suas roupas de grife, dava festas imensas em boates renomadas a única coisa que a intrigava era o fato dele sempre tentar chamar a sua atenção. Ela usava roupas humildes, nada de marcas famosas, e as poucas que tinha eram ganhadas de segunda mão. Ela não conseguia entender como um cara rico como Willy se esforçava tanto para chamar a atenção de uma garota como ela. 

Ele sempre convidava ela para suas festas e ela sempre muito evasiva não ia, ele pensava que era porque ela não gostava dele, ela não ia porque não se sentia a vontade em lugares lotados e barulhentos. De tanto Willy convidá-la ela achou indelicadeza e resolveu ir só que comentou com ele que não tinha como chegar até o local, ele então se predispôs a buscá-la em casa.

Quando ele estacionou na frente da casa dela ficou um tanto chocado, a casa tinha uma aparência horrível, a pintura estava descascada, uma das janelas estava com o vidro rachado colado apenas com durex vagabundo, as portas estavam lascadas e o quintal pequeno e malcuidado. O choque se dissipou quando ela saiu pela porta com  um vestido preto básico, era bonita demais para aquela paisagem.

Ele a levou para a festa, a música estava alta as pessoas com copos nas mãos contendo a maior variedade de bebidas que Laila já vira. Ela dançou um tanto sem jeito com ele, bebeu um copo de refrigerante que ele lhe trouxera e sentou na mesa enquanto ele, na qualidade de anfitrião, foi checar se as pessoas estavam se divertindo.

Chegou então uma garota, ela não era da faculdade parecia mais uma modelo de capas de revista fashion internacional, era bonita e estava com um copo de vinho nas mãos e se vestia com o que há de mais caro no mercado. A moça sentou perto dela e perguntou:

 - Quanto Willy está pagando pra você?

 - Perdão? - disse Laila ofendida com a pergunta.

 - Ora você só pode estar sendo bem paga para entrar numa festa como essa com estes trapos!

Laila ficou chocada com a afirmação dela, nunca fora tão ofendida na vida. Levantou-se e saiu. Notou que as outras garotas a olhavam com cara de nojo, provavelmente pelo mesmo motivo. Sem poder conter a sensação de humilhação as lágrimas finalmente assomaram seus olhos e ela não conseguiu mais ver por onde estava indo até esbarrar em alguém.

 - Laila? Laila, fale comigo o que aconteceu? - era Willy que a segurava pelos ombros.

 - Eu quero ir embora daqui... - implorou ela entre as lágrimas. 

 - O que aconteceu? 

 - Nada só quero ir, por favor... Me deixe sair daqui... - e ela desabou em lágrimas. 

Sentiu que ele a abraçava e a sensação foi no mínimo estranha, ele afagou seus cabelos e depois a conduziu até a saída e foi em direção ao seu carro.

 - Não Willy, você não precisa me levar eu posso pegar um ônibus para casa.

 - Nesse estado de nervos? Jamais vou deixar você andando sozinha a essa hora da noite. Eu levo você até sua casa, a unica condição é que eu possa entrar e você me conte porque está chorando.

 - Hora imagine não é nada...

 - Laila, por favor eu quero saber, mas quero que você esteja mais calma, portanto entre no carro. 

Ela obedeceu e em pouco tempo estavam na frente do portão da casa dela, ela com toda a vergonha do mundo o convidou para entrar, seus irmãos estavam vendo TV na sala e olharam para o "almofadinha" com cara de espanto, mas Laila apenas acenou com a cabeça e eles ficaram tranquilos pois ela era muito sensata.

Ela levou Willy até seu quarto, era minúsculo menor que o banheiro da suite dele foi a comparação mental que ele fez para o espaço, mas era limpo e bem organizado.

Ela contou a ele o episódio da festa e ele ficou furioso. Ela disse que não tinha importância, mas mesmo assim ele ficou bravo com o tratamento que deram a ela na festa. 

Ele a abraçou novamente e mais uma vez ela sentiu aquela sensação estranha, depois ele olhou em seus olhos e sorriu sem jeito e ela retribuiu, em seguida ele aproximou-se dela novamente e a beijou de leve, a sensação foi ainda mais estranha para ela, não tinha certeza de como reagir, ele acariciou seu rosto, depois secou uma ultima lágrima que havia restado e disse:

 - Você não tem ideia do quanto eu sou apaixonado por você. 

Ela o olhou espantada com a afirmação dele.

- Desculpe por hoje, eu sei que você não é rica, mas eu queria que você fosse a uma das minhas festas, isso não vai mais se repetir, prometo. - e mais uma vez acariciou o rosto assustado.

Ele ficou mais alguns minutos em silêncio apenas fazendo carinho nos cabelos dela até que decidiu que era hora de ir, se despediu dela no portão, mais uma vez beijou-a, entrou no carro e se foi. 

Naquela noite deitado em sua King size em seu apartamento Willy prometeu a si mesmo que redimiria isso e que faria dela sua namorada para provar a todos aqueles esnobes que ela era muito melhor que  todas aquelas garotas fúteis que ele estava cansado de ver pelo caminho.

Enquanto isso em seu quarto na casa humilde, Laila pegava no sono ainda com a sensação dos lábios de Willy tocando os seus.

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