A vida está se tornando completamente digital, tudo gira num ritmo desenfreado, todos os dias somos bombardeados com centenas de coisa, das quais precisamos "dar conta", confesso que as vezes eu sou engolida pelo sistema e me sinto uma completa inútil, porque a gente vê as pessoas em flashs no instagram fazendo várias coisas, belas e maquiadas, viajando, enquanto grava, fazendo publi, cuidando da família, cozinhando, fazendo academia, limpando, fazendo DIY de coisas decorativas mirabolantes, com makes de cinema, roupas top, salto alto e glamour, fazendo jantar romântico, com mesa posta para o maridão e eu penso:

Por que diabos eu não consigo tirar o meu pijama, arrumar o meu cabelo e pasmem, escovar os dentes! Gente sem mentira, hoje eu lavei o meu cabelo e não me recordo quando tinha feito isso da última vez, só notei que ele tava muuuuuito sujo quando precisei aplicar shampoo 2x, porque eu ando literalmente no modo coque ou Wandinha, pra não ter que lidar com a juba.

Enfim, analisando essa cadeia hereditária... (se pegou a referência, ta velh@), brincadeiras a parte, eu cheguei a conclusão de que ninguém da conta, esse é o segredo, ta todo mundo mentindo, porque a blogueira não faz tudo sozinha, eu é que não tô vendo o background e isso faz total diferença, a nutri que diz que a alimentação do bebê tem que ser cheia de frescuras, não tem um bebê em casa chorando enquanto você tenta fazer a vida acontecer do jeito que dá, no fim do dia eu choro muitas vezes porque eu fracassei em ser perfeita, mas a verdade é que eu deveria ficar feliz, porque falhas me fazem humana, uma pessoa, viva, com sentimentos e não uma porcaria de robô.

Não eu não tenho rede de apoio, eu moro numa cidade pequena, não tem nada aqui e eu vivo na zona rural onde não tem nada mesmo, eu não tenho babá, nem faxineira, não tenho sogra, mãe, irmã, cunhada, tia, amiga, criada, nada, ninguém, só meu marido que divide comigo as tarefas pra fazer acontecer do jeito que dá, eu faço tudo, eu quero ler, escrever, aprender lettering e desenhar, quero fazer vídeos pro youtube, ter um instagram de sucesso, trabalhar, estudar inglês, fazer atividade física, passear, ver filmes e séries, dormir 8 horar por dia, relaxar de vez em quando, mas eu sou mãe, empresária, criadora de conteúdo, esposa, dona de casa, leitora, escritora, youtuber... acho que já deu de entender que a conta simplesmente não fecha né? Pois é, esse é o motivo das minhas crises de ansiedade que levam pro modo pincher que é basicamente tremedeira e ódio de tudo que eu não consigo dar conta ou controlar, somado a crises de depressão que me deixam letárgica e me sentindo um lixo num poço de autopiedade e sofrimento, mas... a mãe, essa pessoa, essa outra personalidade (porque sim, toda mãe tem transtorno dissociativo de identidade e eu posso provar) simplesmente mete toda a minha saúde mental terrível no bolso para tentar ser a melhor mãe que eu puder, e falhar miseravelmente todos os dias porque a melhor mãe que eu posso ser não é boa o suficiente! Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh 

O grito é real, o surto também, mas finalmente eu cheguei no meu ponto e aqui eu deixo o meu recado pra mim mesma e pra você, acaso precise também.

TÁ TUDO BEM, o mundo não vai explodir se você procrastinar, se a louça não for lavada ou se você der batata frita pra sua criança, existem batalhas que precisam ser lutadas, elas são as batalhas mais imprevistas possíveis e você precisa do mínimo de sanidade mental pra lidar com elas, então se você torrar toda a sua sanidade surtando todos os dias por coisas que não pode controlar, na hora da batalha você vai estar com a energia no baixo e não vai realmente dar conta daquilo que era muito mais importante. A gente tem que parar com essa mania de querer vencer todas as batalhas! As vezes não dá e sinceramente, ninguém perde nada com isso. E daí se a criança dormiu sem banho, e daí se eu não consegui dobrar a roupa que tirei do varal e daí???? Se eu torrar minha energia nisso, quem vai dar conta da criança quando estiver doente? Quem vai dar conta de tudo, se EU ficar doente? Entende? Pra quê cavar uma estafa emocional, se você pode descer do carrossel e sentar no meio fio e fazer absolutamente nada por um tempinho? 

A pura verdade é simples, não viva no mundo achando que tem que provar alguma coisa, a vida é sua e você não deve satisfação sobre nada, se as pessoas acham que você é fraco e molenga, ótimo, elas não pagam suas contas, não vivem a sua vida e não estão dentro de você, então ninguém tem direito de opinar e se opinar, um Foda-se é libertador sabia? 

Acho que é isso que eu queria dizer, na verdade era pra ter saído um texto filosófico super fofinho que eu ia chamar de "Florescer" e tinha uma linda analogia com flores e tal, mas não saiu como eu pensei, fica pra próxima!


                                          




Oi pra você, aqui quem fala é a Lila!

2022 está prestes a terminar e dentre as minhas resoluções, eu resolvi voltar a mim mesma. Pode parecer tolice, mas eu me perdi de uma coisa que por anos me foi essencial, a escrita, eu amava escrever, sobre tudo, textos autorais, contos, crônicas, resenhas, tudo mesmo, era muito terapêutico e me fazia muito feliz passar horas organizando o  blog, me desafiar com imagens, palavras e frases inspiradoras, eu construí a minha escrita como a minha forma de expressão, mas por algum motivo isso se perdeu, lembro em em 2019 eu voltei com este blog, ele existe desde 2010 entre idas e vindas e muitas mudanças, então eu voltei, mas no meio do caminho eu parei de escrever e isso me faz mal desde então.
Em 2023 eu quero retomar isso, trazer aqui um pouco da Lila escritora, da mãe, da leitora, da mulher que vive aqui e que as vezes tem muito a dizer, mas guarda pra si e vive em crise, porque perdeu algo que fazia bem demais.
Esse blog já foi meu foco, eu já quis viver disso, mas não rolou, hoje eu estou numa fase totalmente diferente da menina que criou esse lugar, eu tinha 21 anos na época, era tão imatura e bobinha, tinha tão pouca experiência com tanta coisa, mas hoje estou com quase 34, aprendi tanta coisa, vivi tanta coisa, mudei muito, perdi crenças, adquiri outras, mudei de cidade, de casa, de profissão, mudei tudo, a garota de 21 anos não existe mais, ela é uma mulher totalmente diferente.
Desculpe o devaneio, esse era pra ser meu post de retorno e não de crise dos 30 e tantos...
A verdade é que eu perdi a fé em mim, eu desacreditei que eu sabia escrever, então eu simplesmente parei, eu desisti de uma das únicas coisas que me fazia sentir "fodona", porque eu escrevo bem, eu gosto das coisas que eu crio, eu gosto de olhar coisas e transformar isso em palavras, gosto de falar o que penso e de mostrar as coisas mais filosóficas que permeiam a minha mente, mas eu tentei me ajustar, tentei entrar pras redes sociais e fazer vídeos, mas eu não tenho sucesso nisso e acho que no fundo é porque eu sei que meu dom é a escrita, que eu posso ser muito boa fazendo vídeos, mas eu sou melhor escrevendo, eu amo isso e eu não entendo porque eu empaquei, eu fluía tão bem, me sentia em casa! 
Então eu percebi uma coisa, essa pausa foi um medo, um medo paralisante de ser rejeitada, de ser criticada (como já fui), por aquilo que eu escrevo e quer saber? Que se dane! Eu escrevo aqui para o meu prazer, eu escrevo aqui pra mim mesma e pra quem quiser ler, então eu vou fazer valer o texto do topo,  "Escrever é a minha terapia" e como não tô podendo pagar a psicóloga, vamos de terapia escrita mesmo. 
Se você me conhece e quiser deixar um "vai lá Lila" já vou agradecer previamente, se você chegou aqui agora, role a barrinha e conheça alguns dos meus posts antigos já publicados, sinta-se em casa!

É eu acho que era isso, muito obrigada se chegou até aqui, me deseje sorte e que eu consiga voltar pra mim, depois do turbilhão dos últimos anos.